Categorias
74ª Berlinale (2024) Berlinale Festivais de Cinema

Berlinale 2024: A nossa experiência e os nossos 5 melhores filmes (I)

Para uma estudante de cinema, o circuito de festivais é parte integral da sua formação. Seja pelo trabalho de programação, produção, perspetiva de divulgação cinematográfica dos seus próprios filmes ou visionamento de outros novos. A oportunidade que nos foi proporcionada para fazer uma cobertura crítica e jornalística da 74ª Edição do Festival Internacional de Cinema de Berlim foi uma que, logo desde início, levei com seriedade.

Chegámos a meio do festival, caídos de paraquedas. A maioria dos filmes mediáticos já tinha passado, bem como as suas conferências de imprensa. O ritmo acelerado intimidou-nos ao início, mas a prática e a rapidez de entrega que nos foi pedida forneceu-nos uma agilidade que poderemos e iremos utilizar daqui para a frente. Senti falta de uma ponderação maior sobre os filmes que via, mas o escrever a quente foi um exercício desafiante e resultou em textos de que me posso orgulhar.

Nunca tinha escrito sobre cinema, sem ser em contexto académico. Mais do que isso, nunca tinha sido depositada em mim a responsabilidade de construir uma opinião isolada, que servisse de ponto de partida para outras pessoas visionarem um determinado filme. Tudo na Berlinale é idílico: desde o grandioso Berlinale Palast, cujas dimensões nos deixaram desde logo entusiasmados, até às conferências de imprensa, que nos deram abertura para ouvirmos profissionais do cinema a falar sobre os filmes que lhes são tão importantes. Pude fazer uma espécie de itinerário dos cinemas berlinenses, desde o Palast, ao Haus der Berliner Festspiele, ao Cinemaxx e até à Akademie der Künste. Pude visitar a cinemateca e o museu do cinema, que contribuíram largamente para a minha escrita e cobertura, através da imersão na história do cinema.

Não posso escrever sobre esta experiência sem mencionar o filme e a conferência de imprensa que me fizeram repensar a maneira como vejo cinema. The Stranger’s Case, de Brandt Andersen, filme sobre o qual escrevi para o Cineblog, atribuiu uma nova conotação às possibilidades do cinema indie. Poder presenciar os testemunhos dos atores e do realizador sobre o filme e sobre a importância social e política do mesmo foi fundamental.

Muito agradeço aos meus colegas, que se dispuseram sempre a ter discussões produtivas sobre o que víamos, e com os quais pude falar sobre cinema e partilhar essa paixão que nos é comum. Também aos coordenadores e aos editores do Cineblog, incansáveis na sua produção de feedback, sempre com o objetivo de tornar os nossos textos, na sua essência amadores, no melhor produto possível. A Berlim, que nos acolheu de braços abertos, e ao cinema, que nunca nos desiludiu.

Para a posteriori, ficam os cinco filmes da 74ª Edição do Festival de Cinema Internacional de Berlim que me marcaram e mudaram a maneira como vejo e penso no cinema:

  1. The Stranger’s Case, de Brandt Andersen (2024)
  2. All Shall Be Well, de Ray Yeung (2024)
  3. Seven Veils, de Atom Egoyan (2024)
  4. Mãos no Fogo, de Margarida Gil (2024)
  5. Cidade; Campo, de Juliana Rojas (2024)

[Foto em destaque: A equipa do filme The Strangers’ Case na sua estreia © Richard Hübner / Berlinale 2024]

Rita Pádua

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *