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72ª Berlinale (2022) Berlinale Festivais de Cinema

Berlinale 2022 – A nossa experiência e os nossos 5 melhores filmes (IV)

A Berlinale é seguramente um dos festivais internacionais que prefiro. Não só por ser um dos que frequento há mais anos, desde 1998, ainda antes da mudança para a Potsdamer Platz, quando a sala principal era ainda a do Zoo Palast (portanto, antes do ano 2000), mas sobretudo por ter gerado algumas das mais fascinantes experiências de ordem pessoal e profissional. Contudo, este ano, a experiência do festival foi diferente.

Condicionada pela pandemia e pela obrigatoriedade de testes diários, concentrada na programação e, necessariamente, limitada pela impossibilidade de permitir ver todos os filmes da agenda pessoal. Ainda assim, com o imenso prazer de constatar o impacto provocado pelo cinema português (ou com portugueses). Nesse sentido, ligado à marca deixada pela tremenda experiência de partilha entre o grupo de estudantes que concretizou este CINEblog. 

Do que foi visto, permaneceu, ainda assim, a imagem prévia de Super Natural, visto ainda em Lisboa. E a constatação de que nada superou o ímpeto criativo de Jorge Jácome. O reconhecimento obtido pela crítica internacional (como fora, há dois anos, A Metamorfose dos Pássaros, de Catarina Vasconcelos), diz muito da força criativa do ‘nosso’ cinema. Tal como de certa forma todos os filmes desta pequena short list, elencando gestos de mise-en-scène muito particulares. Seja a tremenda criatividade e visão de Bonello ou a exuberância libertina de Adirley e Joana; seja a subtileza, quase imperceptível, de Claire Denis ou a vitalidade com que Hong Sang-soo se renova a cada filme.

Esta é a lista dos cinco melhores filmes que vi na Berlinale:

1 – Super Natural, de Jorge Jácome

2 – Coma, de Bertrand Bonello

3 – The Novelist’s Film, de Hong Sang-soo

4 – Both Sides of the Blade, de Claire Denis

5 – Mato Seco em Chamas, de Adirley Queirós e Joana Pimenta

Paulo Portugal

[Foto em destaque: © Ukbar Filmes – Super Natural]